Por Marcus Bastos
Passada as eleições, todos já voltaram da balsa. É hora de refletir sobre o passado e planejar o futuro. Muitos já estão fazendo assim. É normal, é da política. O que se planta hoje se colhe amanhã. E a dinâmica política é uma constante. O nosso ping pong de hoje será com o ex-Prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre. Liderou todas as pesquisas para a Prefeitura de Rio Branco até duas semanas antes da eleição. Entretanto, desta vez, caminhou com o seu próprio capital político sem a sombra de nenhum medalhão da política. Não conseguiu ir pro terceiro mandato na administração de Rio Branco. Mas fez os adversários reagirem de forma como nunca se viu no uso das máquinas e do poder. Nem sempre o derrotado nas urnas é um perdedor, creio que esse seja o seu caso. Lutou até o fim contra duas poderosas máquinas, a da prefeitura de Rio Branco e a do Governo do Estado. E com a mesma humildade de sempre atendeu a Coluna O Jogo do Poder sem perder a ternura.
O JOGO DO PODER – O sr. se surpreendeu com o resultado das urnas? Ao quê ou à quem atribui esse resultado?
MARCUS ALEXANDRE – Foram quase 70 mil votos… numa eleição polarizada, com o Estado e a Prefeitura juntos contra nós, além da maioria dos deputados federais e estaduais e senadores. Portanto, agradeço ao povo de Rio Branco pela votação que tivemos.
O JOGO DO PODER – Refletindo sobre a campanha, o que o sr. deixou de fazer? E o que o sr. fez que não faria novamente?
MARCUS ALEXANDRE – Fizemos o nosso melhor. Vejo que lutamos com as forças que tínhamos. Resistimos bravamente até o final. Mas a atuação das máquinas foi determinante.
O JOGO DO PODER – Qual será o foco político do Marcus Alexandre para 2026 ?
MARCUS ALEXANDRE- Agora que estou voltando da balsa… (risos) , ainda é muito cedo para pensar nas próximas eleições. Não descarto nada para 2026, pode ser majoritário ou proporcional. Estarei no processo político como candidato pelo MDB, o meu partido. Nos próximos anos ajudarei no fortalecimento partidário, na função que for chamado a contribuir pela Executiva. No meu coração só tenho a vontade de ajudar o povo.
O JOGO DO PODER – Há comentários nas rodas políticas da cidade de que o governador Gladson Cameli irá convidá-lo para compor o governo. Se esse convite se concretizar existe alguma resistência ou restrição de sua parte que lhe impeça de compor no atual secretariado governamental?
MARCUS ALEXANDRE – É só especulação, seguirei no gabinete do deputado Tanizio, ao qual fui cedido e agradeço o governador por isso.
O JOGO DO PODER – É sabido que o MDB está passando por uma reformulação, e o sr. ainda está filiado ao partido. Está claro que o deputado Tanízio estará disputando a Presidência Regional, representando o grupo dos “cabeças pretas” e circula nos bastidores que Jéssica Sales também estaria querendo disputar a Presidência do Diretório Regional e teria o apoio dos “cabeças brancas”. Qual o será o seu posicionamento em relação à essa composição?
MARCUS ALEXANDRE – Vou trabalhar pelo consenso, pelo fortalecimento partidário e a união do MDB, respeitando a condução do processo pelo nosso presidente Flaviano Melo.
O JOGO DO PODER – Após o resultado do último pleito na capital, o PT apontou uma série de erros da sua campanha, inclusive com falas dos seus dirigentes, de que o senhor teria ficado em cima do muro, em uma suposta tentativa de esconder o PT da sua aliança. O que senhor achou dessas falas?
MARCUS ALEXANDRE – No meu coração só tenho gratidão a todos que nos ajudaram: nossa vice Marfisa, Petecão, os partidos, lideranças políticas, candidatos a vereador, líderes comunitários…Não vou avaliar a campanha agora, ainda no calor do resultado. É tempo de reflexão, paciência e de agir com parcimônia. Achei a nota desnecessária e inoportuna, pois nada vai mudar o resultado. É hora de olhar pra frente.
O JOGO DO PODER – E para finalizar: nas especulações e possibilidades de lhe convidarem para ser vice de algum nome para as eleições 2026. Qual será o seu posicionamento?
MARCUS ALEXANDRE – Muito cedo para qualquer análise e decisão sobre 2026. Mas não descarto nenhuma possibilidade.