A Coluna deu em primeira mão duas semanas atrás o fechamento do acordo entre o senador Alan Rick no apoio à candidatura do prefeito Bocalom, intermediado e chancelado pelo senador Márcio Bittar. Há quem diga que fizeram o movimento certo na hora errada. Entretanto, na física, toda ação tem uma reação. Na política não é diferente.
LINHA DE TIRO
Ao pegar corda de Márcio Bittar, o senador Alan Rick não imaginava na imensidão de problemas em que estava se metendo. Primeiramente, adversários políticos trataram de resgatar do fundo do baú um vídeo do prefeito Bocalom lhe metendo o sarrafo durante a campanha de 2020 por este ter declarado apoio à Socorro Neri. Começava azedar ali a relação com o pretenso aliado.
DESDOBRAMENTOS
Em seguida, a prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem, uma suposta aliada de Alan e que se filiaria com todo o seu grupo ao União Brasil, é convidada pelo governador Gladson Cameli para ingressar nas fileiras do PROGRESSISTAS. Convite que a mesma não rejeitou. Um duro golpe recebido por Alan.
REVIRAVOLTA
A semana foi passando. E na manhã desta sexta-feira (26), com exclusividade a Coluna do Crica deu em primeira mão o anúncio do fechamento do apoio do senador Alan Rick à candidatura do governista Alysson Bestene. Diante de todos esses fatos, o assessor político do senador, Jairo Cassiano, confirma o jargão de que na política até boi voa, na tese de que nada pode ser descartado e tudo é possível.
BASTIDORES
O que os leitores querem e gostariam de saber são os reais motivos dessa guinada política de Alan Rick. A Coluna não conversou com o senador, mas durante essa manhã ouviu a opinião de diversos analistas experientes da política acreana, todos no afã de querer explicar e entender ao mesmo tempo o que está por trás desse jogo.
CABEÇAS PENSANTES
Resumidamente, e de forma especulativa, o senador que pode até se irritar no balcão de uma companhia aérea, é um ser humano, tem sentimentos, emoções, mas também pensa e analisa. Para chegar onde chegou, não é nenhum menino. E se quiser, conta com a mentoria e a expertise de seu grupo político, leia-se, Jairo Cassiano, um cidadão político lúcido e que respira a política 24 horas. Por sinal, pelo seu talento em articulação política, é um quadro pouco aproveitado pela SEGOV. O mesmo tem muito a contribuir diante da anestesia política pela qual passa a pasta do governo responsável por esse assunto.
ESCOLHAS
Aos comentários e análises ouvios hoje, Alan Rick pesou bem pesado o que poderia perder e o que poderia ganhar com esses movimentos. Primeiramente, em jogo estão aproximadamente uma centena de cargos e indicações que o mesmo tem no governo.
DIAS DIFÍCEIS
Qualquer decisão política exige que as escolhas sejam bem feitas. Além dos elementos que influenciaram para que Alan Rick repensasse a sua aliança com Bocalom, os números das pesquisas desfavoráveis à Bocalom, o temperamento de dois bicudos, a perda de espaços generosos no governo, tudo isso deve ter passado na cabeça e nas discussões do seu grupo político. Devem ter sido dias difíceis não é Senador?
TEMPO AO TEMPO
Disputar uma eleição em 2026 contra quem tem o peso de uma máquina, e estando num grupo onde a maioria dos candidatos a prefeito no estado deverão sair derrotados, também pesou na reflexão de Alan. O seu mandato como senador acaba em 2030. Alan não tem nenhuma obrigação de concorrer ao governo em 2026.
SEGUROS NO PINCEL
Os ensinamentos dos mais sábios preconizam que às vezes é importante recuar para poder avançar ainda mais no futuro. Se for lúcido, Alan poderá fazer a conta certa para o seu futuro político. Aos desdobramentos dessa mexida no tabuleiro, perdem Bocalom e Márcio Bittar. Agora enfraquecidos, terão que correr contra o tempo para cumprir o que foi prometido na gestão municipal e compor com novos aliados para contrariar as pesquisas.
DO PESCOÇO PARA BAIXO…
O que Bocalom precisa entender, é que eleição ninguém ganha sozinho. Não se constrói projeto político sem aliados. E aliados não se constrói da noite para o dia. E que aliados precisam ser bem tratados. Rescaldos de relacionamentos mal resolvidos do passado ainda podem vir à tona até as eleições.
NOVO CENÁRIO
Com a saída de Alan Rick do apoio à Bocalom, o caminho ficou livre para que Márcio Bittar ou Marcelo Moura indiquem o vice da chapa. A notícia do nome da ex deputada federal Wanda Milani para vice é apenas uma especulação. Nesse jogo, os nomes de João Paulo Bittar ou Márcia Bittar, ganham mais força para essa indicação.
MANDA QUEM PODE
Quanto ao embróglio envolvendo a disputa pelos rumos que tomará o PROGRESSISTAS em Brasiléia entre o governador Gladson Cameli a vice governadora Mailza e a deputada federal Socorro Neri, a novela promete ganhar novos capítulos. Ainda nesta sexta (26) Neri deslocou-se para o Vale do Acre. A atitude de Gladson em oferecer a sigla para a prefeita Fernanda Hassem é uma demonstração de quem manda, sendo também desmoralizante para Socorro Neri e Mailza.
OBDECE QUEM TEM JUÍZO
Vale destacar aqui a habilidade e expertise de Gladson Cameli. De uma tacada só garantiu a saída de Fernanda Hassem do União Brasil e levou Alan Rick a fazer uma declaração pública de apoio à candidatura de Alysson Bestene. Definitivamente, a política do Acre não é para amadores.