“Têm determinadas coisas que a gente não pode cobrar. E uma dela é consideração e gratidão. De ninguém, independente. Não vou falar que é perda de tempo. Como uma auxiliadora, idônea, é mais do que obrigada. Como esposa, se não fizer, é mau-caratismo. E esse não é o meu coração. Sou uma pessoa que, se estiver contigo, visto a camisa real. Mas vamos seguir. O que eu mais quero é voltar a fazer as coisas que amo, minha música e me esquecer das coisas que ficaram para trás.”
Ela ainda relembrou o sofrimento que enfrentou durante a prisão do então companheiro e ressaltou que não largou a mão dele. Perlla disse que, por quase um ano, foi à prisão levar comida para Abrahão.
“Quase um ano indo visitar, levando comidinha. Saía às cinco da manhã e entrava quase meio-dia para sair quatro horas da tarde. Toda quarta-feira andava um quilômetro. Fiquei andando por quase um ano, entrando e saindo a pé… Vim de comunidade, mas minha mãe nunca precisou pisar em um Bangu (prisão) como eu pisei. Pisei com muito carinho, como companheira e amiga. Fiz de coração”, desabafou.
“Quem fica, sente — e muito –, sofre. E como sofre. Mas estive a todo momento. Li que após prisão, não! Não mesmo? Seja justo. Estive antes, durante e depois. Literalmente na alegria e na tristeza! Mas isso aí falamos em outro momento. Meu Instagram foi desligado. Consideração e carinho não se pede, mas a ingratidão é vista de longe. Tinha que ter escutado, mas sou sempre a que serve. Se pula fora no momento, é mau-caráter, mas e quem permanece? Não tem honra, não! Tem honra gente que nem visitar foi, nem um quilo de sal dividiu. Estou exausta. Preciso de paz. Minha utilidade se encerrou no post. Vamos seguir com o que sempre fiz. Sou conhecida pela minha música e alegria, e isso ninguém muda. Nada! Tenho que priorizar o que nunca largou minha mão”, continuou.
Ela ainda disse que usa um acessório para tapar os ouvidos desde a prisão do ex, porque ainda escuta os gritos dos policiais. Além disso, Perlla contou que ainda toma remédios para reduzir a ansiedade e a tensão.
“Boto esse protetorzinho porque, infelizmente, a gente evita gritos. Escuto vozes o tempo inteiro. E não são vozes. São ritos bem familiares com relação aos sustos e contratempos…”, disse.
Por Revista Quem