A variante XEC da Covid-19, identificada no Brasil nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, tem uma maior capacidade de transmissão, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde sua primeira detecção em junho de 2024, na Alemanha, a variante rapidamente se espalhou para 35 países de diferentes continentes. No Brasil, a XEC foi confirmada por meio de sequências genéticas de amostras de pacientes diagnosticados entre setembro e outubro de 2024, sugerindo sua rápida disseminação no país.
A XEC pertence à família Ômicron e pode ter surgido através da combinação genética de outras variantes do coronavírus, como a JN.1, que circula tanto no Brasil quanto no hemisfério norte. Embora seja mais transmissível, especialistas afirmam que as vacinas disponíveis atualmente devem ser eficazes contra essa nova linhagem. A OMS, que realiza reuniões semestrais para discutir a imunização contra a Covid-19, recomendou em abril a reformulação das vacinas com base na linhagem JN.1, da qual a XEC se originou, e a próxima reunião ocorrerá em dezembro.
No Brasil, o monitoramento da Fiocruz indica que, apesar da nova variante, a linhagem JN.1 continua sendo a mais prevalente. O Ministério da Saúde segue utilizando a vigilância genômica para acompanhar a circulação de novas variantes, mas há desafios na coleta de amostras devido à predominância de casos leves que, muitas vezes, não chegam aos laboratórios centrais ou são detectados apenas por testes rápidos de antígeno. A continuidade e a ampliação dessa vigilância são essenciais para o controle da pandemia.
O Guia de Vigilância Genômica do SARS-CoV-2 do Ministério da Saúde está disponível no link.