A subsidiária chinesa CNT (China Nonferrous Trade Co. Ltd.), que pertence ao grupo estatal China Nonferrous Metal Mining Group Co., concluiu a compra da maior reserva de urânio do Brasil. A reserva está localizada em Presidente Figueiredo, município a 107 km de Manaus, na região metropolitana, e conhecida por sua riqueza mineral.
O urânio, que desempenha um papel crucial na produção de energia nuclear, também tem aplicações militares, sendo um elemento-chave na fabricação de bombas atômicas e de hidrogênio. No Brasil, cerca de 99% do urânio extraído é utilizado como combustível para usinas nucleares.
A transação foi fechada na madrugada de 26 de novembro de 2024, e a negociação já foi destacada em bolsas de valores internacionais, como as de Pequim, na China, e Lima, no Peru.
Essa aquisição estratégica por parte da China reflete o crescente interesse do país em garantir o acesso a recursos minerais cruciais, especialmente aqueles relacionados à energia e tecnologia, fortalecendo sua posição global na indústria nuclear.
Venda da reserva de urânio é comunicada ao Governo do Amazonas
A mineradora Taboca, responsável pela operação da mina do Pitinga em Presidente Figueiredo desde 1969, informou na tarde de 26 de novembro ao Governo do Amazonas sobre a venda de 100% de suas ações à empresa chinesa CNT, subsidiária do grupo estatal China Nonferrous Metal Mining Group Co. Em comunicado oficial, a Taboca declarou que este é um momento estratégico, representando uma oportunidade de expansão para a empresa.
A negociação foi intermediada pela Minsur S.A., controladora peruana da Taboca, configurando um grande acordo que beneficia os peruanos com os recursos minerais brasileiros.
Recursos de Pitinga
Além do urânio, a mina do Pitinga possui outros minerais estratégicos, como tântalo, nióbio, estanho, tório e terras raras. Estes últimos são essenciais para a fabricação de turbinas, foguetes e baterias de alta tecnologia, destacando a relevância da reserva no contexto global.
Especialistas ressaltam que o nióbio, por exemplo, é utilizado na construção de ligas super-resistentes e na fabricação de foguetes, satélites, turbinas a jato e centrais elétricas. No entanto, não existem estudos governamentais atualizados sobre o potencial total dessa reserva, considerada a maior do Brasil em urânio.
A venda da mina de urânio reforça sua posição como uma área de grande importância econômica e estratégica para o Brasil, mas levanta questões sobre o controle de recursos minerais críticos e o impacto de sua transferência para uma potência estrangeira.