O Missão, partido que está sendo criado pelo MBL (Movimento Brasil Livre), bateu a meta de assinaturas de que precisa para ser aprovado pela Justiça Eleitoral, de acordo com os líderes do grupo.
Segundo o movimento, foram coletadas 809.357 fichas até o momento. São necessárias 547.042.
O coordenador do MBL, Renan Santos, diz que 200 mil já foram validadas em cartórios.
As fichas são coletadas manualmente pelo movimento e vão sendo enviadas aos poucos para conferência pelo órgão eleitoral.
A expectativa é de conseguir criar o partido até, no máximo, outubro de 2025, a tempo de disputar a eleição do ano seguinte.
Em convenção do movimento realizada na zona leste de São Paulo, neste sábado (23), as lideranças anunciaram que não abrem mão de candidatura própria para disputar a Presidência em 2026.
A ideia é que haja prévias dentro do futuro partido para se decidir o indicado. No evento, foi adiantado que devem concorrer ao posto o ex-deputado estadual Arthur do Val (hoje no União Brasil) e o empresário e comentarista da rede Jovem Pan Cristiano Beraldo.
Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, foi cassado na Assembleia paulista em 2022 por fala machista sobre refugiadas ucranianas.
“Não vai ter Milton Leite, União Brasil que nos fará desistir. Nós não apoiaremos nenhum outro candidato. Essa é uma decisão política”, disse Renan.
Ainda no evento, Renan afirmou que o partido defenderá uma nova Constituição para o país.
“Nós não podemos viver sob a égide daquela gente velha do PMDB, da Arena”, afirmou ele, que na sequência xingou leis trabalhistas.
Mais cedo, o deputado federal Kim Kataguiri (hoje no União Brasil) já havia defendido a mudança na Constituição.
A declaração foi dada durante um debate do qual participava ao lado da vereadora eleita Amanda Vettorazzo e do deputado estadual Guto Zacarias, todos do União Brasil.
“Não existe solução para o Brasil com a Constituição que a gente tem hoje, não dá para cortar, mexer ou mudar 92% da verba pública”, afirmou.
O deputado ainda defendeu a mudança nas regras eleitorais para que todos os candidatos tenham direito a tempo de TV e participar de debates.
Durante o discurso, Kim Kataguiri ainda falou sobre planos para se lançar senador no futuro e articular para conseguir a presidência da Câmara de Deputados para o Missão.
Em determinada parte do evento, foram prestadas contas aos doadores do movimento e apresentados os objetivos para o próximo ano.
Uma das estratégias que serão adotadas para crescer o MBL e o Missão será monetizar cortes em redes sociais, tática popularizada pelo candidato derrotado a prefeito Pablo Marçal (PRTB).
Além disso, o MBL anunciou a criação de uma editora de livros, responsável por produzir uma revista partidária.
Compareceram no evento cerca de 3.000 pessoas. Os ingressos foram comercializados a partir de R$ 396, e o VIP, R$ 1.197. A segunda opção tinha direito a open bar.
Durante os debates, os militantes foram orientados a se inscreverem na “Academia MBL” e comprarem e consumirem os livros produzidos pelo movimento.
“Só existe uma fonte de conhecimento para que vocês tenham segurança pra defender a agremiação que vocês escolheram”, disse o coordenador Jota Júnior.
Por Folha de São Paulo